sexta-feira, 6 de junho de 2008

RETORNO

Deletei meu antigo blog alguns meses atrás. Decidi que não iria mais por em palavras meus sentimentos, confusões e fatos da minha vida.
Hoje percebo que isto não é possível. Mantive o texto "Mudança", porque realmente esperava que fosse a última mudança. Nos últimos meses experimentei sensações conhecidas, sentimentos que fizeram parte de mim constantemente, tentei me concentrar no trabalho (talvez a única área da minha vida que eu consiga manter controle), tentei esconder meus sentimentos, e tentei sentir de novo o que já havia sentido. Grande erro, nada consegue apagar o que sinto.
Sempre pensei que aquele mês de Novembro seria o mês mais difícil da minha vida, que nada pudesse superar a dor e as lágrimas que foram derramadas naquele período. Derrepente me senti anestesiada, a dor diminuiu, as lágrimas cessaram, e a vida continuou sua tragetória.
Novamente estava acostumando-me a situação, o choque da mudança havia se amenizado. Cheguei a pensar em recomeço, nova vida, novos sonhos, novo amor...
Quando dei por mim, estava tentando transformar alguém em substituto, mas como não existe dois seres humanos iguais, a decepção veio quase que repentina, as siglas não se formavam, e quando se formavam não vinha a resposta, quando tentei escrever um poema, me deparava com pensamentos voltando ao passado em busca da inspiração que o presente não me oferecia, as músicas não faziam sentido, as letras não se encaixavam, e meu primeiro e último pensamento sempre seriam da minha eterna fantasia.
Quando fecho meus olhos, vejo e sinto a figura do Anjo que tão pouco tempo passou a meu lado, em doces beijos repartidos, em carinhos tanto desejados, em minutos de amor completo, em troca de olhares que diziam tantas palavras, e tantas marcas deixou. Sei que não estamos tão distantes, mas é como se morássemos em planetas diferentes, e que o espaço que nos separa nos permitisse apenas algumas poucas palavras, e que o sentimento que une e ao mesmo tempo separa, fosse algo transdimensional, inacessível. E aí eu me pergunto onde foi o ponto em que nos perdemos realmente, não agora, não neste mundo, não nesta vida... Como pode algo ser tão lindo e tão destrutivo? Quem foi que decidiu por mim? Quem tem o poder de não permitir que eu viva, mas permite que eu não esqueça?

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