quarta-feira, 10 de setembro de 2008

LIBERDADE

Ela não teve berço de ouro, ao contrário, seu berço foi de outro bebê antes de ser seu.
Seus primeiros anos da infância foram críticos para seus pais, dois jovens apaixonados que não tinham ainda condições de lhe dar as coisas que outras crianças tinham, não ser o amor incondicional e a educação exemplar (mal sabiam eles que este seria seu maior tesouro).
Ela foi crescendo, aprendendo a brincar com os pequenos animais do seu quintal, frutas transformavam-se em qualquer fantasia, pedras falavam, o vento trazia música, borboletas levavam mensagens para sua fada-madrinha, mensagens estas que só retornavam a noite, em forma de sonhos, onde ela era a princesa, isto era real até os cinco ou seis anos, quando ela decidiu que não queria ser princesa e sim o soldado guerreiro.
Não foi contemplada com a beleza dos estereótipos de meninas de passarela, dessas que vivem a meter-se em concursos de beleza, competindo por algo sem valor cultural, mas que arrancam suspiros, manipulando a libido masculina.
Na escola, jamais foi a primeira aluna da classe, tinha aversão a copiar quadros e quadros de conteúdo escolar, que a faziam não querer voltar àquele lugar. Resistiu firme, desenvolveu seu lado espiritual e intelectual, aprendeu a "sobreviver" no mundo dos rostinhos bonitos e das amizades por interesse.
Sofreu um bocado com amores infiéis, não-sinceros e amigos que não entenderam o sentido real da palavra amizade.
Aprendeu a perceber quando alguém está sendo sincero, ou está apenas tentando se aproximar por mero interesse, (talvez apenas curiosidade) mas sempre com fundo de maldade, desenvolveu a frieza do "finja que me engana que finjo que acredito na sua simpatia".
Passou da fase do patinho feio e aprendeu a se amar, conheceu as pessoas certas que reconheceram seu valor, está a um passo de uma grande vitória.
Aprendeu a usar as cartas que tem, e o hábito diário da leitura a ensinou ler nas entrelinhas, coisas que nem mesmo o autor sabia que havia exposto ali. (Cuidado com o que escreve para esta pessoa). Ainda neste contexto, aprendeu a escrever mais nas entrelinhas, do que nas frases propriamente ditas, e que nem é preciso ter senso aguçado para perceber, basta que a vida lhe tenha dotado de "desconfiômetro".
Esta pessoa, a qual você não pode esmerar o valor, está com você, frente a frente, te dando mais cinco minutos, e é tudo que você terá para mostrar que é digno de fazer parte desta vida. seja como amigo ou como espectador de algo que talvez queira para você e não tem coragem suficiente para lutar, ou que seja lá que você queira ser. Pois o que a vida a ensinou sem nenhuma sombra de dúvidas, é que por mais que doa, por mais que seja difícil, a faz mais forte, mais que isso, "sobrevivente", e que o tempo passa rápido demais para ficar presa a indecisões que não são dela. Ela quer, ela busca, sem meios termos, sem o "morno" que talvez você esteja habituado.
Não tente lutar se não possuir as armas que a vida deu a ela, e principalmente, se não tiver o dom da reconstrução.
Como disse no último artigo, colocando fim as minhas lamentações.
E como mural de conquistas, anuncio minha liberdade recém conquistada, sem danos, sem cortes, sem cicatrizes, a vida se fez responsável por me libertar, sem que eu movesse NADA para isso. Agradeço as forças do Universo que conspiraram de acordo com a Lei da Atração para trazer o que eu tanto precisava para ter de volta minha motivação. Obrigada Meu Deus!!!


Sim!! É um texto direcionado!!! Nas entrelinhas claro... ;)

1 Comment:

Seile Manuele Corrêa said...

Muitos trechos de seu texto me chamaram a atenção, mas meu comentário ficaria demasiadamente extenso se falasse sobre cada um...

Mas gostei da parte onde você deixa de ser princesa para se tornar soldado guerreiro...

Há dado momento em nossa vida que precisamos, verdadeiramente, decidir o que queremos ser ou fazer. A partir daí, podemos desejar a vida em um conto de fadas ou a dura realidade que, sem dúvida, é muito mais gratificante.

Digo isso porque a vida só tem sabor quando enfrentamos. Ninguém sente gosto em um sonho, embora seja muito mais confortável permanecer nele...

Como escreveu Francisco Otaviano, em "Ilusões da Vida":

Quem passou pela vida em branca nuvem
E em placido repouso adormeceu;
Quem nao sentiu o frio da desgraca,
Quem passou pela vida e nao sofreu;
Foi espectro de homem, nao foi homem,
So passou pela vida, nao viveu."

Só complementando a questão "agradar ou desagradar" que, por experiência própria te digo:
Em nossa vida há pessoas que faremos tudo por elas... Daríamos a alma... E que jamais se importarão conosco ou com isso...

Mas existem aquelas que você nunca fará absolutamente nada de especial, e que te amarão muito mais do que você não espera...

Abraços.